O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de
estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado.
Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender
a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação
física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no
meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda,
Carraher afirma que:
“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos
quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos
gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o
que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou
“ser maior que”. “A compreensão dessas expressões como indicando uma
relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição
da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações
concretas”. “O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao
invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de
adivinhação” (2002, p. 72).
No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser realmente da criança e
trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam muitos pais e
professores desinformados.
Em geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas.
De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e
fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir nesta
aprendizagem:
De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:
- Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
- Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro
pacotes de 250 gramas.
- Sequenciar números: o que vem antes do numeral 11 e depois do
numeral 15 – antecessor e sucessor.
- Classificar números.
- Compreender os sinais +, -, ÷, ×.
- Montar operações.
- Entender os princípios de medida.
- Lembrar a sequencia dos passos para realizar as operações
matemáticas.
- Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de
alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
- Contar através dos cardinais e ordinais.
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