É comum que com o passar dos anos o nosso corpo tenha um desgaste
natural e significativo, após aos 55 anos por exemplo, essa fase é mais
acentuada devido a uma diminuição nas atividades ativas, reduzindo portanto
seu desempenho físico, suas habilidades motoras, sua capacidade de
concentração e de coordenação. Um grande aliado neste processo de
valorização do idoso se deve a Educação, cuja função é questionar e refletir
temas importantes para que o idoso seja respeitado e aceito dignamente na
sociedade, contribuindo para que mais atenção seja dada a este com o objetivo
de promover atividades que estimulem a integração social, atividades psíquico-
motor, criatividade e o aspecto afetivo-Emocional.
Não podemos esquecer-nos de mencionar é que com o avanço
tecnológico e melhores condições de vida, o idoso tem procurado ações ou
atividades que contribuam no aumento de sua longevidade e qualidade de vida.
É comum hoje um idoso “iniciar uma carreira musical aos 78 anos, encontrar um
amor e se casar após aos 80 anos, voltar a estudar e matricular-se na
Universidade aos 56 anos de idade, procurar novos hobbies e despertar
interesse para novos projetos”. MASCARO, Sonia de Amorim. O que é velhice.
São Paulo: Brasiliense, 2004.
Assim como a Educação tem contribuído com questionamentos e reflexões
sobre os idosos, a música contribui para o desenvolvimento e a formação de
aspéctos importantes e fundamentais do ser humano, pois provoca sensações e
reações e consegue fazer com que as pessoas se emocionem, pode-se
considerá-la importante mediadora no processo de integração do idoso com a
sociedade, com outros indivíduos e com ele mesmo. Portanto, “a música é uma
fonte singular e intermediária no que diz respeito à estruturação de energia, à
capacidade de estabelecer contatos, ao autoconhecimento e, não menos
importante, ao estabelecimento ou restabelecimento de relações humanas”,
Ruud (1991, p. 23).
RUUD, E. (org.). Música e Saúde. São Paulo: Summus, 1991.
Estudos afirmam que “a educação musical estabelece relação significativa
na organização do mundo institucional, experimentando inúmeras possibilidades
da vivência musical no dia a dia“. Tal afirmação reforça que o ensino musical
não apenas musicaliza os idosos, mas também lhes propicia uma melhor auto-
estima, desenvolve a coordenação motora, estimula a criatividade e a
socialização, melhorando assim uma melhor qualidade de vida. Segundo o autor
Kneller (1978) é preciso educar em Profundidade, diz também que a criatividade
humana é um aspecto único e imensurável valor, e a mesma deve ser
estimulada em seu mais apurado sentido. É importante dizer que quando
cantamos ou tocamos algum instrumento liberamos nossa energia interna para o
mundo externo, fazemos nosso corpo soar, expressamos nossos impulsos,
pronunciamos o não-dizível ou as ideias abstratas e organizamos nossas
emoções em formas sonoras descritivas.
KNELLER, George F. Arte e Ciência da Criatividade. 5. Ed. São Paulo:
IBRASA, 1978.
Música é a arte de combinar os sons e por meio deles se expressar. É
importante destacar que é por meio da audição que se percebe o som e o ritmo,
e se tem o controle (domínio) da percepção. Rocha (1990, p.25) afirma que “a
evolução auditiva tem o objetivo de educar o ouvido musical em três aspectos:
Sensorial, afetivo e mental”. Que ajuda na educação da audição, ela permite
mostrar o que o ouvido reconheceu. Este só é formado com a ajuda de
exercícios e atividades para a educação da audição e também da voz. A música
“é fonte de Crescimento espiritual, enriquecimento da sensibilidade e
fortalecimento do ego, condições fundamentais para a realização plena do ser
humano na sua trajetória de vida”. Não só a memória, respiração, circulação e
coordenação motora do idoso comprometidos ao longo do envelhecimento
podem se beneficiar com o estudo da música; mas também a comunicação, as
emoções, o prazer estético, a capacidade de resolver problemas da linguagem,
do cotidiano e de relacionamento.
Artigo publicado na revista Novita por Walflan Ribeiro Pianista e Pedagogo do
IMC Escola de Música.
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